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Arquitetos: BIRI, MOBIO Arquitetura, Pedro Haruf
- Área: 865 m²
- Ano: 2017
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Fabricantes: Deca, Eternit, Formica, Knauf, Madepal, Mendes Estrutura Metálica, Papinil, Strufaldi, Suvinil
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Fundamental é uma escola de educação infantil e ensino fundamental. Foi concebida para ser um espaço de “ensino e aprendizagem, essencialmente do convívio, do debate educacional, do rigor acadêmico, da experimentação pedagógica, das relações mais cuidadosas e gentis”, como coloca os fundadores-educadores. O projeto arquitetônico da escola foi elaborado simultaneamente com a pesquisa de propostas educacionais inovadoras que levam em consideração o espaço como elemento ativo do processo de ensino e aprendizado, como Loris Malaguzzi e a rede Reggio Emilia, Herman Hertzberger e as escolas montessorianas, a Altschool e a pesquisadora Doris Kowaltowski.
A integração com o bairro Castelo e a comunidade local é um dos pilares da Escola, que incorpora a praça pública Manoel de Barros como lugar para atividades externas com os alunos. Considerada como uma continuidade da rua, a PRAÇA INTERNA proposta no projeto é o espaço articulador da escola, o ambiente de vivência coletiva, socialização, brincadeiras e eventos diversas para a comunidade escolar - alunos, pais e educadores - assim como vizinhos e habitantes do bairro. O projeto foi assentado em um galpão existente, configurando uma transformação de uso industrial para educacional. Uma escolha pouco convencional mas com características interessantes por se tratar de um vão livre amplo, pé direito alto e a pouca compartimentação do espaço. Para resolver as condições críticas de temperatura, iluminação e acústica interviu-se na estrutura existente com a substituição de materiais de vedação por telha perfurada e cobogó, a criação de novas aberturas, o aumento das zenitais e um jateamento termo- acústico por cima do telhado.
Foi adotada uma solução construtiva a seco tendo em vista as vantagens que o sistema industrializado permite como a montagem simplificada e maior rapidez na execução, um canteiro de obras mais limpo e organizado, promovendo maior segurança ao trabalhador. Os elementos construtivos adotados foram perfis laminados de aço para compor a estrutura, Painéis Wall como sistema de lajes, Drywall e soluções de marcenaria e serralheria para divisórias e fechamentos verticais. Por serem modulares, também facilitam flexibilizações futuras.
A autonomia do aluno é priorizada tanto na relação com o espaço da escola como no processo de aprendizado. Por isso, o projeto preza pela TRANSPARÊNCIA E INTEGRAÇÃO, propondo um espaço relacional - integrado em termos estéticos e de desempenho, com fluidez entre as zonas funcionais. Para proporcionar FLEXIBILIDADE diante de uma dinâmica de ensino que muda ao longo do ano, as salas de aula para 20 alunos são abertas e tem um espaço amplo de 70m2 para diversas configurações de layout. As portas de correr, com lousa branca na face interna, correm por um mesmo trilho variando as formas de acesso à sala ou abrindo completamente.
O MOBILIÁRIO projetado com rodízios permite várias modalidades de ensino simultâneas, maneiras variadas de postura e aprendizado. Há tanto os dispositivos que incentivam o trabalho em grupo, como as mini arquibancadas, como também o que possibilita o eventual recolhimento da criança, como o nicho. Cada sala apresenta sua própria biblioteca, provador de fantasias, pufes, tapete, mesas, espelhos, bancada e pia.
Houve um cuidado especial com os materiais e cores por reconhecer a importância das MULTISSENSORIALIDADE do espaço e da investigação com o uso do corpo. A nova infra estrutura é construída com uma variedade de materiais e texturas: madeira, cimento, ferro, azulejo serigrafado, fibra de vidro e uma paleta de cores moderadas que deixa o espaço convidativo para crianças sem estimular com exagero. Optou-se por deixar todas as instalações aparentes, assim como aspectos originais do galpão como a textura as paredes em bloco de concreto que foram apenas pintadas e o piso industrial de marmorite recuperado com a raspagem da tinta que o cobria.
A escolha dos elementos vazados também se deu por seu efeito perceptivo, pois filtra a luz e a projeta de maneiras diferenciadas no ambiente no passar do dia. A partir da noção pedagógica de PELE PSÍQUICA o projeto também se pautou em disponibilizar amplas superfícies e dispositivos que vão receber novas camadas de informação, novas narrativas didáticas construídas com o funcionamento da escola, tanto de resultados e sobretudo de processos de aprendizagem. O ambiente físico da escola é considerado como um terceiro professor (em conjunto com os professores e o material escolar), por isso a escola assume um papel de laboratório que possa favorecer o AUTO APRENDIZADO com espaços abertos e acessíveis. Dentre ele destacam-se:
O Ateliê: um espaço complementar a sala de aula para incentivar a experimentação e a pesquisa com materiais diversos, projeção de imagem e tecnologia. A Horta: pra colocar a mão na terra, acompanhar o crescimento das plantas, estabelecer uma relação direta com o alimento . A Cozinha: com divisória transparente e bancada acessível para permitir participação das crianças.